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Aqui você lê artigos produzidos por nossos colaboradores, sobre política, acessibilidade, educação especial, direitos humanos, além de outros temas. Os conteúdos aqui divulgados não expressam necessariamente o pensamento dos que fazem o Comitê Nacional Cegos com Lula presidente, mas unicamente a opinião dos seus autores.

Carta aberta em Solidariedade ao Professor Décio Guimarâes e equipe

Publicado em: 28/02/2024

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LUIS MARINHO: QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ – (Por Ênio Rodrigues)

Publicado em: 28/01/2024

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Salve 4 de Janeiro! (Por Antonio Muniz)

Publicado em: 04/01/2024

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Cadê a Audiodescrição que não está aqui? – Por Joana Belarmino

Publicado em: 27/12/2023

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Novo Hamburgo, em tempo de guirlandas e árvores recamadas com luzes de Natal – Ano da Graça de 2023

Publicado em: 21/12/2023

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Ao Comitê Nacional Cegos com Lula Presidente   Caros amigos e amigas deste espaço Republicano!   Com vossa licença, amigos e amigas deste Comitê Popular de lutas , escrevo-lhe não uma carta mas uma chuva de idéias ou, para usar uma figura “gaucha” (pronunciar  à  forma espânica) mando-lhes um tropel de pensamentos. O gaúcho, o cavalo e o gado se confundem, parecendo um só ser. Gaúcho? O que é isso? A pergunta não chega a ser impertinente. A maior parte da população citadina daqui do Sul desconhece ou tem idéia muito imprecisa desse tipo humano que chamamos gaúcho.   Eu apreciaria muito encontrar um trecho dos escritos de Charles Darwin, aquele que descobriu nosso parentesco com os macacos, os primos brincalhões de nós outros, em que ele descreve o que  podemos identificar como o gaúcho mais remoto. Encontrava-se Darwin em Maldonado, Uruguai, e observou o comportamento dos varões que freqüentavam uma bodega, que a gente do interior chama de “bolicho”, estabelecimento comercial mais ou menos do tipo daquela que o Capitão Rodrigo instalou em Santa Fé depois de desposar Ana Terra. ali se compram provisões,  bebe-se  aguardente,  jogam-se as cartas com os companheiros, dá-se demonstração de força exibindo qualidades de macho, briga-se pormotivo nenhum e se faz o culto da melhor tradissão pampeana.   Darwin  observou  a forma de vestir, os cabelos longos e desgarrados, o lenso no pescoço e o modo peculiar de agir de um tipo humano que habita uma região comum entre Uruguai, Argentina e Rio Grande do Sul. Vê? Estou quase fundando uma nova república: a do Rio Grande do Sul. Não é possível pensar no gaúcho, sem que venha a imagem do campo, do gado, de homens a cavalo tocando as tropas pelos “corredores”. E minhas idéias, neste momento, vêm como tropas gaudéreas, rumando para um horizonte mal definido, mas com a liberdade de quem é íntimo da vastidão pampeana.   O desejo é o motor do gesto. Na origem de todos os fatos da história humana existe o desejo; de sobreviver, de livrar-se dos perigos, de superar obstáculos, de construir, de evoluir, de melhorar a vida, e acima de tudo o desejo de ser feliz. Uma sociedade não melhora e não se faz justa se não existir o desejo da mudança.   Mas, se o homem é um ser capaz de desejar, e o é,  não se pode ignorar que o objeto de desejo varia de pessoa a pessoa. E a diferença radica no modo que cada qual “olha” o mundo, a si mesmo e a vida. Assim, chegaremos a concluir que uma civilização justa é aquela que respeita a pluralidade dos olhares.   É na riqueza inequívoca de vários olhares, na construção coletiva, numa linha condutora chamada transversalidade,  que nasce a mais contundente mensagem da história recente dos Comitês Nacionais de Lutas. . Sim, o Comitê Nacional Cegos com Lula Presidente, é a conclamação mais vigorosa de respeito à pluralidade de olhares. Uma sociedade só será justa se for capaz de valorizar o olhar vário de todos os grupos e de seus “lugares de fala”. E as pessoas aqui representadas  têm uma riquíssima experiência e um olhar cheio de peculiaridades com o qual descortinam horizontes para a sociedade que, sem esse olhar, não é possível.   As pautas que por aqui transitaram, como embriões maturados  no sêio das Organizações representativas, Conselhos, Colegiados e, em última análise do estrato da população com deficiência visual, certamente foram propícias para além de uma troca de palavras e fizeram-me refletir. Gosto quando o diálogo é permeado, como direi, com idéias muito mais ingênuas e que pretenciosas. Percebi que fora mais que um entrevero verbal, revelou a generosidade, a ponderação e o cuidado com os interlocutores. Afirmo que essa dúbia mestra, num fazer coletivo com esforço redobrado fê-los e fê-las superiores.   Diante de pautas, por vezes enfadonhas e por vários aspectos espinhosas, aquelas que por várias vezes nos debruçáramos, desejo apenas assinalar algo de positivo, em tom quase confidencial, conto-lhes que valorizo muito a vossa capacidade de indagação. Penso jamais havermos ofendido quem quer  que  seja,  jamais  censurado  a conduta pessoal de nossos companheiros. E percebendo as coisas assim, deixando de lado     a  malícia,  a  ironia  sarcástica, afirmo que todos aqui se conduziram pela amistosidade, com forte tendência para o exercício da empatia. Reconheço que por vezes, no calor da refrega verbal, me faltou qualidade, inclusive, para, como direi, recuar em algumas de minhas posições. Percebi em todas contestações, nenhum tom de ofensa ou censura. Antes pelo contrário, não houve “queda de braços”, nem falta de diálogo, mas a capacidade de ponderar, havendo tempo, inclusive, para a autocrítica. E foi o que aconteceu; pesei  bem  as  palavras, procurei  ser justo, sustentei meu ponto de vista com a energia que me é peculiar, mas tratando de não desconsiderar ninguém. E só eu mesmo posso avaliar o que tudo isso representou como aprendizagem. Entretanto, quando se escreve uma carta como essa, há tempo para refletir, ponderar, apagar ecessos, fazer autocrítica e perceber onde a razão está claudicante e oferecer-lhe uma muleta, se outra solução não houver.   O dia hoje, em Novo Hamburgo, está daqueles que mechiam com as emoções de Ana Terra, leitura de um passado quase remoto. Recordo-me que Ana Terra entrava num estado de consciência muito especial quando ventava. É claro que “estado de consciência” não é expressão que o Grande Érico teria utilizado em seu livro. Mas o fato é que está ventando horrivelmente, com uivos e tudo mais neste irromper de verão.   Mais um ano e a mesma admiração e o mesmo bem-querer, mais os votos bons que brotam do afeto e do prazer que se associam   ao simples soar  de seus nomes, cada vez que eles irrompem deste Comitê Virtual!   Recebam vocês, homens e mulheres que sustentam os grandes projetos de vida, com data de Natal, meu afago muito amigo e meu desejo de um Bem que, como um largo abraço, também alcance aqueles que lhes sejam caros!   Ricardo Seewald – membro do Comitê Nacional de Cegos com Lula Presidente