O Dia Seguinte: Será que já podemos sonhar com um Brasil Grande?


Tempo de leitura: 3 minutos

(Por Joana Belarmino)

 

Escutei atentamente o discurso do Presidente Lula, feito ontem, por ocasião da solenidade de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente. Enquanto a sua voz rouca, ritmada, tingida por um entusiasmo e um vigor que lhe são próprios, pontuava as novas bases da política de proteção e preservação do seu governo, eu pensava sobre as manchetes que a imprensa comercial faria sobre tudo o que  ali foi dito por ele.

Eu sabia, a imprensa buscaria as falhas, os erros, mas teria de recorrer às críticas antigas, às críticas tão repetidamente assacadas  ao governo, erre ou acerte.

A velha tática da “imprensa inflamada e histérica”, como diria Raquel Paiva, caiu por terra. A fala do presidente, organizada inicialmente num discurso escrito, caminhou depois para uma vigorosa fala improvisada, onde o entusiasmo, a vontade, a força do cargo, passaram, a todos que o escutavam, confiança e esperança num país mais verde, em biomas mais protegidos, na luta incessante contra o desmatamento e o garimpo ilegal.

E teve a tocante homenagem a Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips, o indigenista e o jornalista inglês, brutalmente assassinados no ano passado, num complô que envolveu a pesca ilegal nos territórios dos povos originários.

Transpirou, em toda a cerimônia, a certeza de que Lula e Marina Silva estão alinhados, unidos na defesa da Amazônia, desbancando-se mais uma das teses midiáticas de que o governo fritaria a ministra do meio ambiente.

Lula e Marina sabem. A luta em defesa do ambiente será dura, e, ao final do governo, provavelmente a conquista maior será a de recompor os programas de controle e fiscalização, assim como as bases para a regeneração das terras dos povos originários, ameaçadas por uma natureza degradada pelo desmatamento e pelo garimpo ilegal.

As notícias dos últimos dias dão conta de que mais de vinte por cento do pescado da região norte está contaminado por mercúrio, em índices inaceitáveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O desmatamento que prossegue e o comércio ilegal da madeira extraída da floresta vilipendiada exigem fiscalização e desmantelamento das quadrilhas que operam na região.

A gravidade da situação ambiental do país, aliada à urgência de se acudir os biomas e as reservas florestais, parece não impressionar uma parcela significativa de membros do Congresso Nacional conservador, de cuja sanha foi aprovado um Marco  Temporal que empurra os povos originários à velha luta fratricida e desigual pelo direito às suas terras.

Esse mesmo congresso que, no afã de obter cargos e espaços no governo, sacrificou a estrutura original dos ministérios de Lula,  retalhando sobretudo os ministérios do meio ambiente e dos povos originários, num claro ataque à nova política ambiental.

Lula sabe que a preservação da Amazônia não é tarefa para um único governo. Há que se arregimentar o apoio e o esforço dos países latino-americanos que fazem fronteira com a região norte do nosso país. Há, ainda, que se recomporem as bases do apoio mundial para que se ampliem os programas de recuperação da floresta, dentro de um modelo de vida sustentável, que diminua a pobreza das populações que vivem em seu entorno.

Lula precisará sobretudo do apoio da sociedade brasileira, que precisa tomar em suas mãos a tarefa de também cuidar do ambiente, reciclando lixo doméstico e industrial, evitando desperdício de água e alimento, cuidando dos animais e denunciando situações de desrespeito ao ambiente à sua volta.

No seu discurso, Lula deixou claro que não hesitará em lançar mão do seu prestígio internacional, do seu carisma e vontade pessoal, da sua capacidade de comunicação e diálogo, para exportar para o mundo economia e vida sustentáveis.

Lula, no dia de ontem, limpou a área das manchetes negativas, que ficarão nas gavetas da imprensa, aguardando a próxima oportunidade para serem exibidas à cata de likes daqueles que não querem ver o país avançar.

 

Joana Belarmino é jornalista, professora de jornalismo, editora do site do CNCLP.


4 respostas para “O Dia Seguinte: Será que já podemos sonhar com um Brasil Grande?”

  1. Parabéns Joana, estamos de mãos dadas com Lula, passando esse discurso de economia e vida sustentável nas escolas, nas conversas, em todo lugar. De boca em boca se abocanha mais.

  2. Parabéns Joana pelo excelente artigo! Acredito que sim! Podemos sonhar pelo futuro melhor para o Brasil, para todos nós! Lula é o presidente de verdade, de coragem, de determinação, de luta, de todos nós, e estamos juntos com ele. Obrigado por mais um aprendizado!

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